domingo, 29 de agosto de 2010

Estranhamento do Objeto



Existe uma brincadeira com a linguagem, um exercício chamado estranhamento do objeto, que ajuda a aguçar os sentidos, a torná-los mais “afiados” para perceber a realidade. Funciona assim: escolhemos um objeto qualquer para descrever, isto é, para explicar como ele é, mas fazendo de conta que é algo estranho, por isso não podemos indicar o nome dele, nem dizer claramente para que ele serve. Observando as características do objeto que podem ser percebidas pelos sentidos – cor, som, cheiro, sabor, textura, etc.  – e usando a imaginação, vamos oferecendo dicas, pistas e informações indiretas para o leitor.
Como exemplo, leia o texto abaixo e tente identificar o objeto descrito. Quando você descobrir o que é, não diga nada a seus colegas; espere até que eles também cheguem a uma conclusão.


“Na maioria das vezes tenho a forma de um tijolo. Claro que não sou tão grande quanto ele.
Sou uma casa, com muitos habitantes bastante magros e de cabelos negros.
Geralmente sou escura e em uma de minhas paredes possuo um painel colorido, cobrindo-me inteirinha. Em outras duas paredes, possuo algo parecido com lixas, que são verdadeiras armas contras meus habitantes. Se esbarram com força nelas, eles morrem, soltando um cheiro característico.
Não custo caro. Aliás, acho quase impossível viver sem minha presença. Sou muito útil em qualquer lugar, em qualquer parte do mundo. Mas ninguém me dá o devido valor: cada habitante meu que morre é simplesmente jogado fora.”

Agora é você quem tentará criar um texto usando o método do estranhamento do objeto. Escolha um objeto que você quiser, mas não revele aos colegas a sua escolha.
Faça uma lista identificando as características mais interessantes ou importantes do objeto que você escolheu.
Procure associar estas características aos sentidos (cheiro, cor, som, sabor, textura, etc.)
Se possível, use comparações; elas são uma boa forma de apontar uma característica de um objeto, sem revelar o nome dele. Para descrever uma bola de futebol, diga:  “Esse objeto parece uma lua.”
Lembre-se de que as informações precisam ser indiretas, senão o leitor descobre muito facilmente qual é o objeto.


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