Realizado há alguns anos, visando estimular o hábito de leitura entre os
alunos do Curso Normal do Instituto de Educação Professor Joel Monnerat, na cidade de Três Rios/RJ, este projeto surgiu para mostrar aos adolescentes que a
leitura pode e deve ser prazerosa.
Embora saibamos da presença maciça da leitura em sala de aula, cabe
perguntar: O que se lê? Para que se lê? Quando? Para quem? Com quem? Enfim, em
que condições lê-se na escola?
Logo percebemos que os alunos lêem para o professor, preocupados com
avaliações, atividades e exercícios. Ao criar o projeto da Leitura Deleite
quis propiciar um momento de leitura associado com a satisfação, visto que no
dicionário deleite quer dizer prazer
íntimo; gosto; delícia.
No início da aula, ao entrar em classe, cumprimento os alunos e faço a
leitura do dia. Pode ser uma crônica, um conto curto, uma letra de música, uma
poesia, uma anedota, um trecho de alguma entrevista que repercutiu nos jornais
da semana... É um texto não muito curto, no máximo uma lauda, mas deve ser
provocativo, resultando em reflexão e vontade dos alunos darem sua opinião.
Observem que este momento não vale pontuação no bimestre e não faz parte de
nenhum exercício; é apenas a leitura para o deleite, ou seja, o prazer. Com o
tempo, os alunos fazem suas contribuições, trazendo textos que tem a ver com a
realidade da turma.
É importante ressaltar que minha opção em fazer a Leitura Deleite no início da aula está associada ao fato de que sempre discordei dos professores que lêem nos últimos minutos de suas aulas, por considerarem que seu “dever” já está cumprido. E nesse caso, talvez julgando que essa poderia ser uma maneira mais descontraída de encerrar o dia, acabam demonstrando, com sua atitude, que a leitura de histórias em voz alta é pouco importante, pois tudo o que é considerado “sério” na escola – como as lições e os exercícios valendo ponto – foi concluído e a leitura é uma maneira de “enrolar” enquanto esperamos tocar o sinal.
- O que o título nos permite prever sobre o
conteúdo do texto?
- Qual é a fonte da leitura? Uma revista de “fofocas”,
uma revista científica, um jornal popular, um livro, um artigo?
- Trata-se de um
artigo, uma crônica, uma reportagem, um poema, uma carta ou o quê? O que sabemos
do gênero em questão?
- Quem é o autor do texto? Quando ou onde escreve
ou escreveu? O que se sabe sobre suas ideias? A quem se dirige?
- Quais são os objetivos do autor? Um texto pode ser
escrito para informar, dar notícias, distrair, fazer rir, argumentar,
convencer, discutir um problema, narrar um acontecimento, expressar idéias,
vender um produto, apresentar propostas... O que sabemos sobre a intenção do
autor ao escrever o texto que estamos examinando?
- Qual é o assunto do texto? Em certos casos, é
preciso conhecer algo sobre o assunto do qual o texto trata para poder
compreendê-lo.
E o principal: para formar leitores, é preciso que a prática de leitura
seja frequente, todos os dias, com horário diário e muita empolgação! Leia e
releia muito para e com os seus alunos. Não se esqueça de que os adolescentes
de hoje são expostos a diversos materiais escritos na vida e nós também não
devemos nos limitar a certo tipo de material. Diversifique bastante os textos a
serem lidos, oferecendo a eles uma pluralidade de leituras!
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