domingo, 23 de setembro de 2012

Resumo X Resenha



RESUMO - É a condensação de conteúdo, sem análise crítica ou interpretação. Deve ter  o mesmo vocabulário do autor e seguir a mesma ordem do texto.
O resumo deve ter:
a)      brevidade
b)      claridade
c)      fidelidade

RESENHA - Não deixa de ser uma condensação do texto, mas também há a análise interpretativa do texto lido.
É um resumo crítico, deve existir uma apreciação crítica sobre a obra. Como fazer a resenha?
Primeiramente deve-se resumir o conteúdo e depois fazer a transição para a crítica, seguindo o esquema:
a)      introdução
b)      desenvolvimento
c)      conclusão
d)     crítica (quando for feita a parte)
A resenha é muito utilizada em jornais e revistas
Se não houver segurança no tema é melhor chamar o trabalho de comentário ou fichamento.



Referência Bibliográfica:
 Elaboração de Resumos e Resenhas
Silvana Drumond Monteiro. Editora UEL.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Exercícios Adjetivo


1. Leia a seguir o trecho da música “Para Todos” de Chico Buarque e complete com os adjetivos pátrios pedidos entre parênteses:
“O meu pai era ____________________ (de São Paulo - Estado).
 Meu avô, ______________ (de Pernambuco).
 O meu bisavô, ______________________ (de Minas Gerais).
Meu tataravô, ___________________________(da     Bahia).”

2. Complete as lacunas abaixo:
Quem nasce em Três Rios é ___________________.  Já quem nasce no Brasil é _________________.

3. Marque a única opção em que o adjetivo “Velho” tem função de substantivo:
( ) O seu tio era velho. 
( ) O velho não gostava de jogar damas. 
( ) Era um armário velho e empoeirado.

4. Leia o texto e faça responda as questões:

A Bailarina
Esta menina tão pequenina quer ser bailarina
Não conhece nem dó nem ré,
mas sabe ficar na ponta do pé
Não conhece nem mi nem fá,
mas inclina o corpo para cá e para lá
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina tão pequenina quer ser bailarina
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
(Cecília Meireles)


a) Qual o adjetivo que caracteriza o substantivo  “menina”?



b) Em “Põe no cabelo uma estrela e um véu/ e diz que caiu do céu” a menina afirma que a estrela e o véu são do céu. Que locução adverbial podemos utilizar para substituir o termo “do céu”?

5. Substitua as locuções adjetivas sublinhadas nas frases pelo adjetivo correspondente:

a) Tiradentes é um importante homem da história.

b) A bondade de Deus é infinita.

c) O governo lançará um projeto para ajudar as crianças sem amparo.

d) O amor de mãe não tem limites.

e) A escola funcionará no período da noite.


6.  Identifique, mas frases abaixo, se a palavra sublinhada é um substantivo ou um adjetivo.

a) Foi um belo espetáculo!

b) A estética estuda o belo.

c) João é um aluno estudioso.

d) Os estudiosos não tiveram do que reclamar.

e) Eike Batista é um homem rico.

f) Os ricos moram ali.


7. No texto a seguir, os adjetivos estão indicados entre parênteses. Observe os substantivos a que eles se referem e flexione-os adequadamente em gênero e número.

                O velho pescador era magro e seco, e tinha a parte posterior do pescoço vincada de (profundo) rugas. As manchas (escuro) que os raios de sol produzem sempre, nos mares (tropical), enchiam-lhe o rosto, entendendo-se ao longo dos braços, e suas mãos estavam (coberto) de cicatrizes (fundo), (causado) pela fricção das linhas (áspero) enganchadas em (pesado) e (enorme) peixes. Mas nenhuma destas cicatrizes era recente.
                Tudo o que nele existia era velho, com exceção dos olhos, que eram da cor do mar, (alegre) e (indomável).
Ernest Hemingway, em O Velho e o Mar.


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Conto

Um Apólogo
Machado de Assis

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora?  A senhora não é alfinete, é agulha.  Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa!  Porque coso.  Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você?  Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser.  Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?  Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?  Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: 
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.