sábado, 5 de setembro de 2009

Violência epidêmica

A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes sociais, é nos bairros pobres que ela adquire características epidêmicas.
A prevalência varia de um país para o outro e entre as cidades de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes centros urbanos e se dissemina pelo interior. A incidência nem sempre é crescente, mudança de fatores ambientais e medidas mais eficazes de repressão, por exemplo, podem interferir em sua escalada.
As estratégias que as sociedades adotam para combater a violência flutuam ao sabor das emoções, raramente o conhecimento científico sobre o tema é levado em consideração.A agressividade impulsiva é conseqüência de perturbações nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de seus desejos.
A violência urbana é uma doença com múltiplos fatores de risco, dos quais os mais relevantes são a pobreza e a vulnerabilidade biológica.
Os mais vulneráveis são os que tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao desenvolvimento psicológico pleno.
A revisão dos estudos científicos já publicados permite identificar três fatores principais na formação das personalidades com maior inclinação ao comportamento violento:
1. Crianças que apanharam, foram abusadas sexualmente, humilhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida.
2. Adolescência vivida em famílias que não lhes transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impuseram limites de disciplina.
3. Associação com grupos de jovens portadores de comportamento anti-social.
Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crianças que se enquadram nessas três condições de risco alimentando a violência crescente nas cidades.
Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a resposta do aprisionamento. Embora pareça haver consenso de que essa seja a medida ideal e de que lugar de bandido é na cadeia, seu efeito é passageiro: o criminoso fica impedido de delinqüir apenas quando estiver preso. Ao sair, estará mais pobre, terá rompido laços familiares e sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego.
Construir cadeias custa caro; administra-las, mais ainda. Para agravar, obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa, aumentaremos o número de prisioneiros a ponto de não conseguirmos edificar prisões na velocidade necessária para albergá-los.
Seria mais sensato investir o que gastamos com as cadeias em educação, para prevenir a criminalidade e tratar os que ingressaram nela. Mas, como reagir diante da ousadia dos que fizeram do crime sua profissão sem investir pesado no parelho repressor e no aprisionamento que é uma guerra perdida?
Estamos nesse impasse!
Na verdade, não existe uma solução mágica a curto prazo. Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os policiais a executar sua função com dignidade, criar leis que acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e construir cadeias novas para substituir as velhas, mas isso não resolverá o problema enquanto a fábrica de ladrões colocar em circulação mais criminosos do que nossa capacidade de aprisioná-los.
Só teremos tranqüilidade nas ruas quando entendermos que ela depende do envolvimento de cada um de nós na educação das crianças nascidas na periferia do tecido social. O desenvolvimento físico e psicológico das crianças acontece por imitação. Sem nunca ter visto um adulto, ela andará literalmente de quatro pelo resto da vida. Se não estivermos por perto para dar atenção e exemplo de condutas mais significantes para esse batalhão de meninos e meninas soltos nas ruas pobres das cidades brasileiras, vai faltar dinheiro para levantar prisões.
Enquanto não aprendemos a educar e oferecer medidas preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão capazes e criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los na sociedade por meio da educação formal de bom nível, das práticas esportivas e da oportunidade desenvolvimento artístico.
VARELLA, Dráuzio. In Folha de S.Paulo, 9 mar. 2002.


1. No texto “Violência epidêmica”, afirma-se que nos bairros pobres a violência urbana “adquire características epidêmicas”. Considerando o conceito de epidemia (doença infecciosa que ataca simultaneamente grande número de indivíduos), explique como o autor justifica essa afirmação.

2. Esse texto apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão. Identifique tal divisão.

3. A organização de um texto pode ser observada ao se extrair de cada parágrafo a idéia desenvolvida em cada um. Qual é a idéia principal de cada um?

4. Na introdução, é apresentada a tese, para inteirar o leitor do que está sendo desenvolvido em seguida. Identifique essa tese.

5. Na conclusão, o argumentador retoma o que foi dito no início: a violência é uma doença contagiosa. Ele afirma que não existe solução mágica para o problema da violência urbana, portanto, é preciso adotar algumas medidas. Quais são elas?

14 comentários:

  1. olá Ana eu sou graziela, e estou estudando esse texto com minha professora, so que ela so tem uma aula semanal, e eu nao entendi nada sobre o assunto.. quem sabe com o gabarito eu não consiga entender o que pede, meu email é grazy642@hotmail.com

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  2. queria o gabarito
    susanathomazi@hotamil.com

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  3. muito bom o texto.gostaria de receber o gabarito,sou professora e pretendo usá-lo em sala.(alessandra_campos2008@hotmail.com )

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  4. gostaria de receber as resposta

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  5. ola boa tarde estou estudado este testo com a professora só que nois termos aula uma vez por semana, pressciso das resposta. gostaria de recer as resposta.por email, sheyla.vasconcelos@hotmail.com

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  6. gostaria de saber o gabarito, tens como me enviar? carollinewild@hotmail.com sou professora e queria passar essa interpretação pra fechar com chave de ouro ;P

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  7. presciso do gabarito eu sou professor e preciso das respostas certamente corretas para ver se as minhas correspondem obrigado!
    jhonatasgilmar@hotmail.com

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  8. Gostaria de saber o gabarito layanecarmem_256@hotmail.com

    Adorei o blog

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  9. adorei o blog gostaria de saber as respostas deste exercicio do 1 ao 13 haveria a possibilidade de me enviar de preferencia agora pois tenho q entrega um trabalho ainda hoje e estou trabalhando nao tenho como responder
    se for possivel jah agradeço
    rafinhasilva22@yahoo.com.br

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  10. Tambem gostaria de ter acesso as respostas..
    se for possivel..meu e-mail é laiza.dias@hotmail.com
    agradeço desde ja

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  11. Gostaria de receber o gabarito dessas questoes, tem como enviar para o meu email?
    yanekaren_@hotmail.com

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  12. gostaria de ter o gabarito? por favor manda pra mim :)

    laura.bruxel15@hotmail.com

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  13. Mande o gabarito por favor..ate hj por favor juliaaguiar4@gmail.com

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